Causas para caminhada mais lenta em adultos com síndrome de Down

Muito se estuda e discute sobre a marcha de crianças com síndrome de Down. Elas podem levar mais tempo para caminhar sem apoio. Pode ser mais difícil para elas se equilibrarem ou coordenarem movimentos, principalmente se forem muito flexíveis e/ou hipotônicas. O treino da marcha geralmente tem início assim que a criança consegue sentar-se sem apoio mas varia de criança para criança e o ideal é sempre consultar um fisoterapeuta.

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Em outras fases da vida a atividade física melhora a coordenação, o equilíbrio, além de promover compensações importantes no aparelho locomotor. Quando o adulto com síndrome de Down começa a ter mais dificuldade no caminhar ou começa a andar de forma mais lenta alguns fatores precisam ser investigados, dentre eles:

CARÊNCIA DE VITAMINA D - A vitamina D está envolvida na saúde músculo-esquelética. Vários estudos mostram que a velocidade de marcha de idosos é menor quando há hipovitaminose D. A redução da marcha associa-se também à menor qualidade de vida, modificações cognitivas, declínio funcional, redução na autonomia e maior risco de hospitalização. Grande parte dos estudos indicam concentrações ideais de vitamina D entre 40 e 60 nmol/L. Contudo, pessoas com baixo consumo de cálcio podem se beneficiar de concentrações plasmáticas ainda maiores, de 75nmol/L ou mais (Annweiler et al., 2017). Contudo, concentrações muito altas de vitamina D podem aumentar o risco de calcificações de órgãos e vasos. O acompanhamento é fundamental.

OSTEOARTRITE - Pessoas com síndrome de Down são geralmente hiperflexíveis e isto aumenta o risco de osteoartrite, principalmente se estiverem acima do peso. A artrite gera dor e pode reduzir a mobilidade e a vontade de participar em atividades corriqueiras. Lembre que muitos adultos com síndrome de Down não descrevem sua dor ou possuem uma maior tolerância para o desconforto o que faz com que a osteoartrite vá piorando sem tratamento adequado. Se suspeitar de qualquer desconforto investigue a saúde das articulações.

INSTABILIDADE DA REGIÃO CERVICAL - A região da espinha localizada no pescoço é a coluna cervical. Em adultos com síndrome de Down esta região pode ser mais instável e mudanças crônicas na área podem gerar fraqueza de braços, mãos, anormalidades na marcha e até incontinência. Os ossos do pescoço são mais vulneráveis em pessoas com síndrome de Down e exames de imagem podem ser necessários para averiguação da saúde da área.

ALZHEIMER - Este tipo de demência reduz a quantidade de células no cérebro e afeta memória, habilidade de aprendizagem, comunicação e atividades básicas, incluindo a caminhada. Não existe um exame de sangue ou imagem para o diagnóstico, que é clínico e depende da história do paciente, das mudanças de funcionamento diário e memória. Mantenham-se proativos, adotando um estilo de vida saudável, alimentação antiinflamatória, suplementação adequado, tendo momentos de interação social e coordenando os cuidados com a equipe de saúde.

OSTEOPOROSE - A perda de massa óssea aumenta o risco de fraturas e dores e pode comprometer a marcha. Exercícios aeróbicos de baixo impacto, exercícios de fortalecimento muscular e treinamento proprioceptivo ajudam a melhorar o padrão de marcha, o equilíbrio e reflexos. Tudo para prevenir quedas e fraturas. Mais sobre atividade física na entrevista com o educador físico Paulo Marcelo:

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/