Nutrição para redução dos fogachos na menopausa

A menopausa é um processo biológico natural e perfeitamente normal. Uma de suas características é a queda brusca nos níveis de estradiol, o que pode gerar sintomas como alterações bruscas de humor, maior incidência de infecção urinária, insônia, cansaço excessivo, ondas de calor (os famosos “fogachos”).

Outro fator que gera aquecimento é a queda da serotonina, pois este neurotransmissor também é importante para a regulação da temperatura. Se a serotonina cai há maior dificuldade de eliminação do calor e o desconforto instala-se. A mulher acorda de madrugada pegando fogo e encharcada.

Algumas mulheres precisarão realiza a reposição hormonal, prescrita e acompanhada por um médico especialista na área. Além disso, devem melhorar a alimentação para que nutrientes suficientes para a regulação hormonal, produção de neurotransmissores e preservação da saúde geral estejam presentes.

Para aumentar serotonina não podem faltar proteína, especialmente aquelas ricas no aminoácido triptofano (queijo, peru, frango, peixes, nozes, amendoim, castanha do pará, castanha de caju).

Micronutrientes como ferro, magnésio, cálcio, vitamina C, ácido fólico e zinco também são muito importantes para otimizar a produção de serotonina, neurotransmissor que também ajuda a regular sono e humor. Assim, uma dieta saudável, variada, colorida é importante. Se houverem deficiências suplementos podem ser utilizados. Se precisar de ajuda marque uma consulta aqui.

Muitas mulheres optam por não fazer a reposição hormonal. Uma opção é o consumo de alimentos ou uso de suplementos contendo isoflavonas. Uma análise de 10 estudos de 2015 descobriu que as isoflavonas vegetais da soja e de outras fontes reduziram as ondas de calor em 11% (Chen, & Liu, 2015).

Outro ponto para a redução dos fogachos é o aumento da produção de óxido nítrico. O estrogênio aumenta o óxido nítrico, um vasodilatador basal. Ou seja, mais estrogênio significa mais vasodilatação e melhor controle da temperatura e da pressão arterial. A queda de estrogênio leva a mais vasoconstrição, aumento da pressão e dos fogachos. Para proteger o coração e regular a temperatura aposte em alimentos ricos em nitratos, como beterraba e melancia. O nitrato vai estimular naturalmente a produção de óxido nítrico, trazendo alívio e bem-estar.

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Com o aumento da temperatura e redução dos hormônios muitas mulheres queixam de ressecamento da pele e maior flacidez. Para melhorar a qualidade da pele podemos pensar no uso de óleo de borragem, prímula e antioxidantes provenientes de frutas cítricas e do delicioso cacau.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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Perimenopausa x menopausa

O climatério é a fase de queda hormonal que antecede a menopausa. Também é chamado de pré-menopausa ou perimenopausa. Pode começar já por volta dos 38 anos (dependendo do estilo de vida e da genética de cada mulher).

Existem 34 sintomas principais da perimenopausa. Algumas mulheres possuem poucos sintomas e outras possuem muitos sintomas. Dentre os sintomas principais estão: períodos menstruais irregulares, calorões, suores noturnos, insônia, secura vaginal, alterações de humor, ganho de peso, problemas de memória, depressão, ansiedade, desordem de pânico, irritabilidade, fadiga, redução de libido, coceira na pele, dores articulares, perda de massa magra, dores, sensibilidade nos seios, dores de cabeça, intestino irritável, compulsão alimentar, perda de cabelo, incontinência urinária, tontura, osteoporose, arritmia cardíaca.

Não espere estar com a saúde ruim e a vida péssima para começar a se cuidar. Um estilo de vida saudável pode atrasar a entrada na menopausa em 3 a 5 anos e prevenir a maioria dos sintomas. Além disso, os cuidados certos reduzem muito os sintomas para que passem logo. Sem cuidados estes sintomas podem durar anos e acabar com os relacionamentos com filhos, parceiros, amigos. Se até as pessoas que te amam estão se afastando de você, tome uma atitude rápida.

Exclua alimentos industrializados, açúcar, álcool, cafeína, adote uma dieta antiinflamatória e bem natural. Faça atividade física, priorize seu sono, tenha tempo para descansar. Conheça o seu corpo. Faça o que você precisa e funciona para você, sem olhar para o lado, sem comparar-se, sem dar ouvido aos outros. O que você precisa fazer para mudar de vida a partir de HOJE?

Precisa de ajuda? Marque sua consulta aqui.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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Saúde mental na menopausa

A idade média de entrada na menopausa é aos 51 anos para as mulheres ocidentais. Contudo, os cuidados na fase de pré-menopausa são importantíssimos para que a mulher passe pelas alterações hormonais da fase, com mais tranquilidade.

Infelizmente, muitas mulheres chegam aos 50 anos com relativamente pouca preparação ou compreensão da mudança hormonal que está prestes a ocorrer. A queda dos níveis de estrogênio gera a cessação da menstruação e possível ganho de peso, ondas de calor, falta de energia e mudanças emocionais.

Mulheres na pós-menopausa correm um risco maior de depressão e ansiedade

Quando os ovários reduzem a produção de estrogênio, os níveis de neurotransmissores, como serotonina e dopamina são afetados. O corpo precisará se ajustar a a níveis cronicamente mais baixos destas substâncias que, mantém a mulher jovem energizada, lubrificada e feliz.

O estrogênio é altamente ativo nas áreas do cérebro envolvidas na cognição e na emoção, como a amígdala e o hipocampo. Juntamente com a progesterona, o estrogênio pode atuar como um agente neurorregulador, neurotrópico e neuroprotetor crítico na fisiologia cerebral e nos estados patológicos.

Verificou-se que o estrogênio e a progesterona afetam o fator neurotrófico cerebral (BDNF), que está envolvido no crescimento, sobrevivência e proliferação das células cerebrais. Sem surpresa, a menopausa e os níveis cronicamente baixos de estrogênio são caracterizados por um risco aumentado de doenças como Parkinson e Alzheimer. Mas, estudos mostram que o tratamento de reposição hormonal aumenta o BDNF no hipocampo, amígdala e córtex pré-frontal do cérebro.

Baixos níveis de estrogênio durante a menopausa podem afetar negativamente algumas das áreas mais importantes da vida de uma mulher. O estrogênio ajuda a inervar a vagina e a mantê-la bem suprida de fluxo sanguíneo e lubrificação. Níveis baixos podem levar a secura vaginal, orgasmos mais sutis e sexo que parece “exigir mais esforço”. É provável que níveis mais baixos de serotonina se instalem, o que pode levar à depressão ou humor errático. E a termorregulação do corpo torna-se imprevisível à medida que os níveis de estrogênio diminuem.

Estrogênio e a progesterona devem estar em equilíbrio, pois funcionam como duas partes de um todo, yin e yang. Por exemplo, o estrogênio é conhecido por estar associado à retenção de água e sal, enquanto a progesterona é um diurético natural. O estrogênio estimula o crescimento celular no tecido mamário, enquanto a progesterona ajuda a prevenir o crescimento excessivo de células que pode levar a cistos dolorosos. Quando em equilíbrio, a progesterona e o estrogênio ajudam a manter os ossos fortes e densos; pele hidratada e macia; um metabolismo saudável; e um sistema cardiovascular livre de coágulos sanguíneos e acúmulo de placas.

Outros sintomas de baixo estrogênio incluem:

  • palpitações cardíacas;

  • dores de cabeça;

  • tontura;

  • variabilidade de humor;

  • distúrbios de atenção e memória;

  • desânimo;

  • ansiedade;

  • depressão;

  • suores nocturnos;

  • secura e atrofia vaginal;

  • ganho de peso;

  • perda óssea;

  • aumento do risco de doença cardíaca;

  • secura da pele e rugas;

  • aumento do risco de infecções da bexiga;

  • interrupção do sono.

Há necessidade de reposição hormonal?

Se você está na perimenopausa, menopausa ou pós-menopausa e verifica vários sintomas na lista acima, peça ao seu médico um exame de sangue para verificar seus níveis hormonais. É importante rastrear e comparar aos seus níveis hormonais anteriores, referentes à época em que sentia-se bem.

Para muitas mulheres a vida na verdade fica melhor. Não menstruam, não têm cólicas, não se sujam, não observam perda da produtividade. Além disso, níveis mais baixos e consistentes de estrogênio podem significar maior estabilidade emocional também. Afinal, as alterações hormonais da menopausa são um processo natural e não uma doença e, para a maioria das mulheres, nenhum tratamento é necessário.

Baixos níveis de estrogênio não são uma coisa inerentemente ruim. Estudos têm mostrado que os vegetarianos têm níveis mais baixos de estrogênio e menores taxas de câncer de mama ao longo da vida. Da mesma forma, as mulheres japonesas tendem a comer mais soja e menos carne e têm um risco 5 vezes menor de câncer de mama do que as mulheres ocidentais. As mulheres japonesas também tendem a comer menos gordura e mais fibras, com as últimas ajudando a excretar o estrogênio excessivo do corpo.

Mudanças no estilo de vida e na dieta devem ser adotadas antes de iniciar qualquer terapia mais intensiva. A terapia de reposição hormonal (TRH), os fitoestrógenos (que ocorrem naturalmente nas plantas) e os medicamentos antidepressivos também são usados com sucesso para tratar o baixo nível de estrogênio e os efeitos colaterais, se estiverem reduzindo sua qualidade de vida. No entanto, os últimos três tratamentos vêm com uma série de efeitos colaterais, particularmente TRH e farmacoterapia antidepressiva, e novamente só devem ser adotados quando as intervenções de estilo de vida e dieta não forem bem-sucedidas.

A boa notícia é que as seguintes mudanças no estilo de vida e na dieta podem realmente ajudar muito a equilibrar os níveis de estrogênio e fazer você se sentir melhor. Dicas importantes:

  • Evite café/cafeína

  • Coma mais soja integral não processada e orgânica ou tofu

  • Corte o glúten

  • Evite alimentos ultraprocessados e adote uma dieta natural

  • Adicione a linhaça às suas refeições

  • Use óleo de coco para a secura vaginal

  • Consuma boas fontes de vitamina E, magnésio e ômega-3

  • Suplemente maca peruana para melhorar a libido

  • Use erva de São João + cohosh preto para redução da ansiedade e sintomas depressivos

  • Faça terapia

  • Use valeriana ou melatonina para dormir melhor

  • Pratique yoga ou faça exercícios de relaxamento

  • Evite o sedentarismo, mas não exercite-se em excesso

Se as intervenções acima não fornecerem alívio, converse com seu médico sobre o tratamento com fitoestrógenos, terapia de reposição hormonal (TRH) e/ou terapia antidepressiva. TRH com estrogênio ajudará a aumentar a serotonina, o que provavelmente melhorará o humor, o sono, o apetite e o desejo sexual.

Mas, se você tem histórico de miomas ou coágulos sanguíneos na perna ou nos pulmões, se tem sangramento vaginal não diagnosticado, doença ativa da vesícula biliar ou doença hepática, não deve considerar a TRH. Tomar estrogênio pode piorar os sintomas em alguns casos.

Os fitoestrogênios são variantes de estrogênio de ocorrência natural encontradas em plantas. Como observado anteriormente, as mulheres asiáticas têm taxas mais baixas de câncer de mama e sintomas menos dramáticos da menopausa, como ondas de calor, osteoporose e agravamento de doenças cardíacas, justamente por adotarem uma dieta com 10 vezes mais fitoestrógenos do que a dieta ociental. Soja, linhaça, maçã, romã, inhame, aveia são fontes de fitoestrógenos. Além disso, existem fitoestrógenos em cápsulas.

Medicamentos antidepressivos também são uma opção de tratamento comum para mulheres que sofrem de depressão ou ansiedade durante os anos pré e pós-menopausa. Inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRSs) e inibidores de recaptação de serotonina e norepinefrina (ISRSNs) podem ajudar com ondas de calor e sintomas de humor pós-menopausa.

A presença e a gravidade dos sintomas associados às mudanças hormonais são mais proeminentes no período da perimenopausa e nos primeiros 2 anos após a menopausa, com níveis decrescentes a partir de então. Por isso, tenha paciência, cuide-se que vai passar!

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/