BCAA: você precisa?

Existe muita controvérsia acerca do uso dos aminoácidos de cadeia ramificada (BCAA). Mas a decisão acerca da suplementação depende de fatores como tipo de exercício praticado, objetivos de performance e dieta seguida. Os aminoácidos de cadeia ramificada (leucina, isoleucina e valina) são essenciais, já que o organismo não os produz. Por isto, precisam ser consumidos diariamente. Boas fontes incluem ovos, frango, carne vermelha e leite. Suplementos possuem a vantagem de serem facilmente absorvidos chegando mais rápido à corrente sanguínea. Mas isso é mesmo necessário?

A leucina, em particular, é um aminoácido anabólico, regulando a síntese proteica e o crescimento muscular. Apesar de alguns estudos terem mostrado que o consumo de BCAA ajuda a aumentar as taxas de síntese proteica, quando quantidades adequadas de aminoácidos estão disponíveis na dieta, a suplementação extra não costuma trazer benefícios adicionais. Já para redução da dor muscular o suplemento parece funcionar, especialmente quando tomado antes da sessão de exercício. Quando o exercício tem duração prolongada (como durante maratonas) o BCAA possui outra função: a de fornecer energia. Corredores podem ter declínios de BCAA o que contribui para o aumento da produção de serotonina no cérebro. Este hormônio causa relaxamento e aumenta a fadiga, reduzindo a performance. A suplementação de BCAA parece, nestes casos, aumentar a motivação para a finalização da corrida. 

Vale a pena suplementar a leucina isolada?

Bege Ilustração de Linha Conscientização sobre Câncer de MamaOutubro Rosa Post para Linha (5).jpg

A leucina é um aminoácido essencial e capaz de estimular a síntese proteica. Dietas com quantidades deficientes de proteína reduzem o ganho de massa magra e, neste caso, os estudos mostram que a suplementação com leucina estimula o ganho muscular.

Contudo, ao contrário do que dizem os sites de venda de suplementos, a suplementação de leucina não vai te ajudar se você já tem uma ingestão suficiente de proteína. O ganho de massa muscular depende de uma série de condições: genética, treino adequado, descanso e um bom estado nutricional, o que vai além da ingestão proteica e de aminoácidos específicos.

Precisa de ajuda? Marque aqui sua consulta nutricional online: www.andreiatorres.com/consultoria

Saiba mais:

Curso: nutrição e suplementação para o ganho de massa magra.

Shimomura, Y., Inaguma, A., Watanabe, S., Yamamoto, Y., Muramatsu, Y., Bajotto, G., ... & Mawatari, K. (2010). Branched-chain amino acid supplementation before squat exercise and delayed-onset muscle soreness. International Journal of Sport Nutrition, 20(3), 236.

Nosaka, K., Sacco, P., & Mawatari, K. (2006). Effects of amino acid supplementation on muscle soreness and damage. International Journal of Sport Nutrition and Exercise Metabolism, 16(6), 620.

Shimomura, Y., Murakami, T., Nakai, N., Nagasaki, M., & Harris, R. A. (2004). Exercise promotes BCAA catabolism: effects of BCAA supplementation on skeletal muscle during exercise. The Journal of Nutrition, 134(6), 1583S-1587S.

Gualano, A. B., Bozza, T., De Campos, P. L., Roschel, H., Costa, A. D. S., Marquezi, M. L., ... & Junior, A. H. L. (2011). Branched-chain amino acids supplementation enhances exercise capacity and lipid oxidation during endurance exercise after muscle glycogen depletion. The Journal of Sports Medicine and Physical Fitness, 51(1), 82-8.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Dieta e fibrilação atrial

A fibrilação atrial (FA) é a forma mais comum de arritmia afetando mais de 30 milhões de pessoas em todo o mundo. Os fatores de risco para a FA incluem danos estruturais do coração, obesidade e diabetes (Thompson, 2015). Também existem evidências de que a inflamação seja um fator de risco para a fibrilação. O próprio envelhecimento está associado à uma condição mais inflamatória do sistema imune (imunosenescência). O estilo de vida também contribui para a maior inflamação e para o aumento do risco de FA. Sedentarismo, dieta inadequada, abuso de álcool e outras drogas, estresse crônico e redução no número de horas de sono estão associados a maior morbimortalidade por FA e também por Azheimer, diabetes, depressão, osteoponia, sarcopenia, doenças autoimunes e doença pulmonar obstrutiva crônica. Além dos exames de saúde regulares um estilo de vida saudável é fundamental. Quando a FA é diagnosticada terapêuticas como o uso de medicamentos ou ablação podem ser indicados.

A dieta rica em antioxidantes não só reduz o risco de doenças cardíacas como também reduz o risco de fibrilação atrial em pacientes que precisam passar por cirurgia cardíaca (Costanzo et al., 2015; Abdukeyum et al., 2016). O consumo de gorduras saturadas deve ser reduzido visto que podem aumentar o risco de FA. As mesmas devem ser substituídas por gorduras monoinsaturadas e do tipo ômega-3 (Chiuve et al., 2015). Estes tipos de gordura reduzem a ativação plaquetária e a incidência de derrames (Pignatelli et al., 2015) e também de arritmias supraventriculares (Todoroki et al., 2016).

Recomenda-se o acompanhamento de todos os pacientes com condições cardíacas com nutricionista especialista em nutrição clínica é importante. 

Saiba mais em: Frank, M.O., & Caceres, B.A. (2015). Inflammaging: A Concept Analysis.  The Journal for Nurse Practitioners - JNP, v. 11, n. 2, February 2015.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Disbiose intestinal no autismo

A disbiose intestinal é mais comum em pessoas com transtornos do espectro do autismo resultando na maior produção de compostos tóxicos que alteram o comportamento (Kushak et al., 2017). O termo disbiose se refere a um desequilíbrio na flora intestinal, com grande proliferação de microrganismos potencialmente patogênicos. Como alguns alimentos podem perpetuar a disbiose e a inflamação intestinal. Alguns alimentos podem perpetuar a disbiose e, por isto, podem precisar ser excluídos. Estudos mostram que a eliminação do glúten e de laticínios melhora a permeabilidade intestinal, reduz a inflamação e contribui para melhor bem estar (Elder et al., 2006; Lau et al., 2013).  Com isto, o efeito de outras terapias é melhor.

Cursos relacionados:

1) nutrição e suplementação no autismo

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
Tags