Seu filho come terra? Conheça as causas nutricionais da picamalácia

Picamalácia é um um transtorno alimentar caracterizado pelo desejo compulsivo e persistente de ingerir substâncias não alimentares, como barro, terra, gelo, sabão, cabelo, giz, entre outros.

O termo "malácia" vem do grego malakos, que significa "macio" ou "amolecido". Já "pica" vem do latim, nome de um pássaro (a pega, ou "pica-pica") conhecido por comer de tudo.

Assim, picamalácia pode ser interpretada como o impulso de consumir substâncias macias ou que amolecem facilmente, como gelo, terra úmida, amido de milho cru, argila, sabão ou giz.

Possíveis causas:

As causas da pica (e suas variantes como a pica malácia) não são completamente compreendidas, mas podem incluir deficiências nutricionais, como:

  • Ferro (ferropenia): muito comum, especialmente associada à compulsão por gelo (pagofagia).

  • Zinco

  • Cálcio

  • Outros minerais essenciais.

Condições médicas associadas:

  • Anemia (especialmente ferropriva)

  • Anemia na gravidez

  • Doenças intestinais com má absorção

Fatores psicológicos e neurológicos:

  • Transtornos do espectro autista (TEA)

  • Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC)

  • Déficit cognitivo

  • Estresse e negligência emocional

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

EGCG melhora a qualidade da microbiota no autismo

Sabia que a epigalocatequina-3-galato (EGCG), um polifenol presente no chá verde, é muito interessante no tratamento da disbiose intestinal em crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA)?

Crianças com TEA frequentemente apresentam alterações na microbiota intestinal, caracterizadas por um aumento de bactérias patogênicas como Clostridium perfringens e Clostridium difficile, e uma redução de bactérias benéficas como Bifidobacterium spp. e Akkermansia muciniphila. Essas alterações estão associadas a sintomas gastrointestinais e podem influenciar o funcionamento do sistema nervoso.

A EGCG demonstrou capacidade de inibir o crescimento de bactérias patogênicas e promover o aumento de bactérias benéficas. Além disso, ela influencia positivamente a produção de ácidos graxos de cadeia curta, como o butirato, que são essenciais para a integridade da mucosa intestinal e têm efeitos anti-inflamatórios e antioxidantes. ​

Devido à baixa biodisponibilidade oral da EGCG, a formulação lipossomal é proposta como uma estratégia para melhorar sua absorção e eficácia terapêutica. Essa abordagem visa proteger a EGCG da degradação no trato gastrointestinal e facilitar sua passagem pelas membranas intestinais (de la Rubia et al. 2023). ​

A modulação da microbiota intestinal pela EGCG pode contribuir para a redução da inflamação e do estresse oxidativo, fatores associados à fisiopatologia do TEA. Assim, a EGCG, especialmente em sua forma lipossomal, é considerada uma terapia complementar promissora para melhorar a qualidade de vida de crianças com TEA. ​

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Via paracelular e via leaky gut

As expressões "via do poro" e "via do leak intestinal" são geralmente usadas em contextos relacionados à barreira intestinal e à permeabilidade intestinal, especialmente na área de saúde intestinal, imunologia e doenças inflamatórias. Vamos explorar as duas:

🔹 Via do Poro (Paracelular)

Refere-se à via paracelular, ou seja, o transporte de substâncias entre as células epiteliais do intestino, através de "poros" formados pelas junções de oclusão (tight junctions).

  • Normalmente regulada para permitir passagem de íons, água e pequenas moléculas.

  • Disfunção dessa via pode levar à entrada de substâncias não desejadas, como antígenos e toxinas.

  • Essa alteração está relacionada a condições como:

    • Síndrome do intestino irritável (SII)

    • Doença celíaca

    • Doença inflamatória intestinal (DII)

🔹 Via do Leak (Vazamento)

Essa via refere-se a um aumento anormal da permeabilidade intestinal, permitindo que moléculas maiores (ex: proteínas, lipopolissacarídeos) passem pela mucosa intestinal.

  • Está associada a um "leaky gut" (intestino permeável).

  • Pode ocorrer por:

    • Inflamação crônica

    • Disbiose intestinal

    • Estresse, má alimentação

    • Uso prolongado de AINEs ou antibióticos

  • Contribui para:

    • Ativação imune sistêmica

    • Reações alérgicas e autoimunes

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/