Queimação...refluxo...Descubra como tratar

As causas mais comuns de queimação, aquele ardor no peito ou na garganta (esôfago) é a má digestão e o refluxo, ou seja, a saída do conteúdo ácido do estômago em direção à boca.

No estômago é produzido o ácido clorídrico (HCl), que tem como funções baixar o pH, facilitando a ação de enzimas responsáveis pela digestão de proteínas. O pH baixo também mata bactérias e outros microorganismos que possam ter chegado ao estômago junto com o alimento. Para proteger-se da acidez o estômago produz uma camada de muco. E para que o ácido não saiba do estômago em direção à garganta existe uma válvula, que permanece fechada após a deglutição.

Se a válvula não funciona bem e o suco gástrico sobe para a garganta surgem sintomas como azia, dor de garganta, tosse, gosto amargo na boca. Se a situação persiste, os sintomas agravam-se, já que o ácido irrita o esôfago, causando dor e até sangramentos. Se não tratada, a doença também aumenta o risco de câncer de esôfago. O primeiro passo é descobrir a causa do mal funcionamento da válvula.

Causas do refluxo

Entre as causas mais comuns para o refluxo e, consequentemente a queimação (azia) estão a hérnia de hiato, a hipotonia do esfíncter esofagiano inferior (EEI), o aumento da pressão intra-abdominal e a alimentação com quantidades excessivas de alimento. Excesso de peso, obesidade e gravidez são os principais fatores a aumentar a pressão intra-abdominal empurrando o alimento para cima.

Fumar, ter diabetes mal controlado, o uso de medicamentos (como betabloqueadores, bloqueadores de canais de cálcio, agonistas dopaminérgicos, sedativos, antidepressivos tricíclicos) são fatores que relaxam demais a válvula (EEI). Certos alimentos também podem relaxar o esfíncter contribuindo para o refluxo. Dentre eles estão: chocolate, pimenta, alimentos picantes, alimentos ultraprocessados, frituras, manteiga, carnes gordas, café e bebidas alcoólicas.

Alimentos ácidos não influenciam o funcionamento da válvula mas irritam a mucosa se esta houver sido corroída pelo ácido. Por isso, em perídos de crise poderá precisar evitar tomate, frutas cítricas, vinagre, cebola, alho. Se a dor for intensa ou houver sangramento o médico também fará a prescrição de um antiácido. Mas lembre: o medicamento não irá curar a doença. Você precisa resolver a causa do problema. Se estiver acima do peso, precisará emagrecer. Se estiver com a glicose alterada precisará ajustar a quantidade de carboidratos na dieta e assim por diante.

Por que tem horas que o refluxo melhora e horas em que o refluxo piora?

Tratar o refluxo é um processo. Estudo publicado em 2022 discute hábitos que precisamos ter para uma boa digestão porque tudo no corpo está interligado.

Muitos fatores influenciam a capacidade digestiva, o sono, alimentação, estresse, atividade física, consumo de medicamentos.

Use pratos menores, reduza o tamanho das porções, mastigue melhor, coma apenas quando estiver com fome, evite alimentos que são gatilhos para seu refluxo e mau estar, aprenda técnicas de alimentação consciente. Movimentar o corpo, praticar yoga, fazer meditação, descansar e ter horas de sono são fundamentais para a redução da ansiedade e do estresse e da secreção ácida.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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