O poder do abraço

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Sabe aquele abraço bom com quem você ama? Pode ser um filho, um parceiro romântico, um membro da família, um grande amigo? Pois é, mais do que gostoso, pesquisas mostram que os abraços nos ajudam a lidar com conflitos (Murphy; Janicki-Deverts; & Cohen, 2018).

É comum que os abraços surjam em contextos positivos - quando nos reencontramos ou celebramos uma conquista. Mas também podem ser usados em contextos negativos, quando o apoio é necessário. Abraços amortecem o impacto negativo de uma notícia, de conflitos ou discussões.

Pesquisas sobre abraços encaixam-se no campo de pesquisa que aborda a importância do toque afetivo para o bem-estar físico e social. Por exemplo, outras descobertas desta equipe de pesquisa mostram que receber abraços reduz a probabilidade de pegar um resfriado e reduz a gravidade dos sintomas, mesmo quando as pessoas são infectadas.

O abraço desencadeia a produção da ocitocina, hormônio produzido no cérebro e envolvido em uma gama complexa de processos. É responsável pela liberação do leite materno, por parte do prazer durante o orgasmo, pela ligação romântica e laços de confiança.

O abraço também reduz a pressão arterial sistólica (Holt-Lunstad; Brimingham; & Light, 2008) e a freqüência cardíaca protegendo vasos do coração, cérebro e rins. Quanto à duração do abraço, quanto mais longo melhor. A maioria dos abraços dura três segundos mas evidências sugerem que abraços de 20 segundos são os que mais benefícios cardiovasculares provocam (Light; Grewen; & Amico, 2005).

Quer mostrar que se importa? Abrace. Não tem ninguém para abraçar? Então abrace um animal de estimação. Esse toque com um cachorro ou gato também desencadeia a produção de ocitocina e relaxa e reduz sintomas depressivos (Shiloh; Sorek; & Terkel, 2015; O'Haire; Guérin; & Kirkham, 2015).

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Pessoas com autismo precisam suplementar ocitocina?

A ocitocina é produzida no hipotálamo e armazenada na hipófise posterior (ou neurohipófise). Estudos em modelos animais mostram que a ocitocina relaciona-se a apego e empatia, principalmente do bebê em relação à mãe, e mãe em relação ao bebê.

A amigdala tem uma enorme quantidade de receptores de ocitocina. O tálamo também, o núcleo ventro medial e o núcleo accumbens também, regiões importantes para apego. Mas os estudos não recomendam a utilização de ocitocina no transtorno do espectro do autismo (TEA).

Um estudo em que a ocitocina intranasal foi administrada por 24 semanas não demonstrou diferença nas crianças com TEA, nem em termos de comportamento nem funcionamento social. Assim, as terapias recomendadas continuam sendo ABA (análise do comportamento aplicada), associada a medicação (em caso de comorbidades) e você pode complementar com doses extras de abraços.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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