Anti-aging cerebral

Tristemente os meus colegas neurologistas têm encaminhado ao meu consultório pessoas na faixa dos 40 a 60 anos com cérebros que já estão menores do que deveriam. A morte neuronal gera o encolhimento do cérebro e a causa, na maioria das vezes, não é genética e sim ambiental.

Estresse elevado, sedentarismo, dieta inflamatória, hiperglicemia, aumento de homocisteína, dislipidemias, deficiências nutricionais múltiplas, disbiose intestinal estão entre os fatores que contribuem para o envelhecimento cerebral mais acelerado.

Mais de 800 milhões de pessoas no mundo sofrem de doenças mentais e o Brasil é o campeão no mundo em uso de ansiolíticos. Algo está errado, não? Quantas pessoas chegam aos consultórios preocupados com o envelhecimento da pele, a queda de cabelo? Mas lembre: se está envelhecendo por fora, é porque também está envelhecendo por dentro. Os conhecimentos que temos mostram que primeiro precisamos nos preocupar com o que está por dentro, especialmente com o envelhecimento de nosso cérebro.

Programa anti-envelhecimento cerebral

  1. Mexa seu corpo e sua cabeça: praticar atividade física é fundamental para corpo e mente saudáveis. A atividade física, especialmente aeróbica, melhora a circulação sanguínea, fazendo mais sangue, oxigênio e nutrientes chegarem a todos os tecidos. Isto, por si só, reduz a perda tecidual cerebral. A atividade física estimula o fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF), uma neurotrofina envolvida na plasticidade sináptica. Resultado? Melhoria da memória, do humor, maior capacidade de manter-se equilibrado em situações de estresse. Fora isso, você pode trabalhar seu cérebro, lendo e aprendendo coisas novas. O que te interessa?

  2. Alimente-se bem. Tudo no nosso corpo (cabelo, unhas, anticorpos, hormônios, neurotransmissores) é produzido a partir de nutrientes. Uma dieta pobre em nutrientes como vitamina B6, B9, aminoácidos, antioxidantes, ômega-3, magnésio está mais associada à altos níveis de ansiedade e depressão. Além disso, o consumo de antioxidantes é fundamental para neutralizar radicais livres no cérebro, mantendo os neurônios e seus receptores saudáveis e aptos a produzir neurotransmissores e entender as mensagens que vão chegando de todo lado. Muito cuidado com o excesso de carboidratos. A glicação é uma realidade conforme vamos envelhecendo, o que afeta muito negativamente o cérebro.

  3. Cuide do seu intestino. Dietas pobres em fibras geram um intestino com uma microbiota menos diversa e um ambiente mais inflamado, o que contribui para questões digestivas (como constipação, síndrome do intestino irritável, SIBO) e também aumenta o risco de neuroinflamação. Frutas e vegetais coloridos são embalados com antioxidantes, fibras, fitoquímicos essenciais para o bom funcionamento intestinal, assim como alguns feijões, sementes, nozes e especiarias.

  4. Controle o estresse pois ele perturba processos cognitivos, como aprendizado e memória e, consequentemente, limita a qualidade da vida. O hipocampo, um local primário de formação de memória, pode ser seriamente debilitado pelo estresse crônico. Ache atividades que te ajudam a lidar com o estresse do dia a dia. Teste e escolha a sua: yoga, meditação, aulas de surf, pilates, patinação, natação, aikidô, música… Se a atividade te der muito prazer, melhor ainda. Divertir-se é um santo remédio para o combate ao estresse.

  5. Tenha tempo para descansar. Desligue o celular, durma, fique de bobeira na rede, ande na natureza, passe uma semana longe das redes sociais. Tudo o que desafoga o cérebro ajuda. É por isso que muitas pessoas só encontram soluções criativas para seus problemas quando estão no chuveiro ou de férias.

  6. Ria. O humor estimula as partes do nosso cérebro que usam a dopamina, um mensageiro químico para “sentir-se bem”. E é de graça. Assista vídeos de comédia, convide seu amigo mais engraçado para sair.

  7. Não importe-se com a idade. Ao longo dos anos registramos no cérebro milhões e milhões de pequenos cenários e fatos sociais, aos quais podemos recorrer a qualquer momento. É por isso, que quem é mais experiente encontra mais facilmente soluções para problemas.

Algumas coisas melhoram com a idade, mas apenas se você tiver saúde. Por isso, não perca tempo. Não deixe para cuidar do cérebro quando a memória tiver ido embora. A prevenção é muito importante. Sabemos que as alterações no cérebro podem começar até 3 décadas antes de um diagnóstico de Alzheimer.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/