Disfunção da tireóide e diabetes mellitus estão intimamente ligados. Vários estudos têm documentado o aumento da prevalência de distúrbios da tireoide em pacientes com diabetes mellitus e vice-versa. É improvável que seja uma simples coincidência.
A disfunção autoimune da tireoide ocorre em 17% a 30% dos adultos com diabetes tipo 1. A disfunção da tireoide também é mais comum em pacientes com diabetes tipo 2 do que na população geral.
O diabetes mellitus preexistente é exacerbado pelo hipertireoidismo. O tratamento com insulina deve ser ajustado em pacientes com diabetes após a ocorrência de disfunção tireoidiana e a glicemia deve ser constantemente reavaliada em indivíduos com hipertireoidismo após o controle da disfunção tireoidiana.
Medicamentos antidiabéticos na disfunção da tireoide
A liraglutida não é recomendada em pacientes com história pessoal ou familiar de câncer medular de tireoide ou neoplasia endócrina múltipla tipo 2. A liraglutida é um fármaco antiobesidade da classe dos incretinomiméticos, também conhecidos como agonistas do receptor GLP 1 (por ser parecido com o hormônio GLP-1), estimulando a liberação de insulina.
Além disso, a pioglitazona não deve ser administrada a pacientes diabéticos com oftalmopatia de Graves clinicamente ativa. Também está associado a maior risco de câncer de bexiga. Pelos seus efeitos adversos já não está autorizado em Portugal. No Brasil, o medicamento ainda é comercializado.
Alterações glicêmicas em paciente com disfunção da tireoide
O hipertireoidismo aumenta o consumo de alimentos, a absorção de glicose, a glicemia pós-prandial, a gliconeogênese, a secreção de insulina. Ao longo do tempo isto pode sobrecarregar pâncreas, prejudicar o controle glicêmico e aumentar os requerimentos de insulina.
O hipotireoidismo reduz a absorção de glicose, seu transporte e utilização, aumenta o risco de hipoglicemia, reduzindo a necessidade de insulina em pacientes diabeticos. Contudo, após a reposição de hormônio da tireoide a necessidade de insulina pode voltar a aumentar. Por isso, o acompanhamento com endocrinologista e nutricionista, além do automonitoramento s~ão fundamentais.