Tratamento da doença de Still

A doença de Still é um tipo de artrite reumatoide (AR) sistêmica juvenil. Costuma aparecer antes dos 16 anos de vida. Além da dor nas articulações típica da AR, os sintomas da doença de Still incluem febre alta diária (40°C ou mais), fadiga, aumento dos leucócitos (especialmente neutrófilos) e, muitas vezes, erupções cutâneas que aparecem e desaparecem.

As crianças afetadas também podem ter gânglios linfáticos inchados, dor de garganta e baço, fígado ou baço aumentados, elevação da ferritina. Podem ocasionalmente desenvolver pleurite (inflamação da membrana que cobre os pulmões) ou pericardite (inflamação ao redor do coração). Normalmente, a febre e outros sintomas sistêmicos seguem seu curso dentro de vários meses, mas em uma pequena porcentagem de pacientes, a artrite e as deformidades articulares decorrentes dela podem continuar indefinidamente.

Causas da doença de Still

A causa da doença de Still permanece desconhecida, embora a teoria predominante sustente que ela é desencadeada por uma infecção que acaba desregulando o sistema imune. Além disso, fatores genéticos parecem desempenhar um papel relevante, com alterações de HLA-B27, B18 e DR 2 estando envolvidos na etiologia da doença. Para fazer seu painel genético marque uma consulta aqui.

Tratamento da doença de Still

A princípio, o tratamento é direcionado a áreas individuais de inflamação e pode envolver medicamentos esteroides, como a prednisona. Medicamentos anti-inflamatórios, como aspirina e outros medicamentos anti-inflamatórios não esteróides (AINEs), também podem ajudar.

Nutrição e doença de Still

Em relação à inflamação recomenda-se a dieta anti-inflamatória, rica em antioxidantes, associada a suplementos para controle da inflamação, dor e prevenção de deformidades. Cuidar do intestino também é fundamental, uma vez que um intestino inflamado piora o quadro do paciente.

Para diminuição da rigidez articular e alívio da dor são recomendados suplementos como ômega-3, glucosamina, condroitina, SAM-e e curcumina. Glucosamina e condroitina são componentes da cartilagem – a substância que amortece as articulações. A suplementação ajuda a reduzir dor e inchaço e manter a função articular.

Os ácidos graxos ômega-3 poliinsaturados encontrados nos peixes têm potentes propriedades anti-inflamatórias. Também ajudam a reduzir a dor nas articulações, rigidez e inchaço na AR. Fontes vegetais, como sementes de linhaça e chia, óleo de alga também contêm ômega-3. Podem ser usados sozinhos ou associados à curcumina, outro potente antiinflamatório, extraído do açafrão. A curcumina inibe a COX-2, assim como medicamentos antiinflamatórios.

Outro suplemento muito interessante é a S-adenosil-metionina (SAM-e), um composto natural com efeitos anti-inflamatórios, protetores da cartilagem e analgésicos. Também é útil pelo efeito antidepressivo. Mas lembre, todos os suplementos podem levar algumas semanas para fazer efeito.

Estudos com o uso de suplementos de vitaminas e minerais não mostraram resultados positivos em relação à redução da dor. Contudo, lembre que as vitaminas D e K são importantes para a resistência óssea e a vitamina K está envolvida na estrutura da cartilagem. Além disso, a vitamina D é importante para a regulação do sistema imune.

Se você quiser experimentar suplementos, use-os como um complemento aos medicamentos para artrite, não como substitutos. Sempre verifique com seu médico se o suplemento não possui interação com seus medicamentos e consulte um nutricionista para avaliação da dose segura de suplementos e discussão da melhor dieta para o seu caso.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/