Esclerose múltipla e disbiose intestinal

A disbiose intestinal é um desequilíbrio na composição da microbiota intestinal, caracterizado por uma redução de microrganismos benéficos e um aumento de microrganismos prejudiciais. Esse desequilíbrio tem sido associado a várias condições de saúde, incluindo a esclerose múltipla (EM).

Na esclerose múltipla, que é uma doença autoimune crônica do sistema nervoso central, há uma reação do sistema imunológico contra a mielina (a substância que reveste as fibras nervosas). O papel da microbiota intestinal na modulação do sistema imunológico tem se tornado uma área de grande interesse, pois ela pode influenciar a resposta imunológica de maneiras significativas.

Relação entre disbiose intestinal e esclerose múltipla:

  1. Inflamação crônica: A disbiose pode contribuir para um estado inflamatório crônico, que é um dos principais mecanismos subjacentes na esclerose múltipla. A microbiota intestinal pode afetar a função das células do sistema imunológico, levando a um aumento da produção de citocinas inflamatórias que, por sua vez, podem exacerbar a doença.

  2. Desregulação do sistema imunológico: A microbiota intestinal influencia a ativação e regulação das células T, que desempenham um papel central nas doenças autoimunes como a EM. A disbiose pode alterar o equilíbrio entre os tipos de células T (como as células T helper 17, que são pró-inflamatórias), exacerbando o quadro autoimune.

  3. Efeitos sobre a barreira intestinal: A disbiose pode comprometer a barreira intestinal, permitindo que toxinas e microrganismos patogênicos entrem na corrente sanguínea, o que poderia ativar o sistema imunológico e contribuir para a inflamação sistêmica, exacerbando a EM.

  4. Estudos e evidências: Alguns estudos em modelos experimentais e em humanos indicam que a microbiota intestinal em pacientes com EM pode ser diferente da de pessoas saudáveis. Por exemplo, algumas pesquisas apontaram para uma diminuição de certos tipos de bactérias benéficas, como as do gênero Firmicutes, e um aumento de microrganismos associados à inflamação.

  5. Intervenções terapêuticas: Dada a conexão entre a microbiota intestinal e a esclerose múltipla, há um crescente interesse em terapias que possam melhorar o equilíbrio da microbiota intestinal. O uso de prebióticos, probióticos e dietas específicas tem sido investigado como uma possível estratégia para modular a microbiota e, assim, influenciar a progressão da doença.

Em resumo, a disbiose intestinal pode ter um papel importante na patogênese da esclerose múltipla, influenciando a inflamação e a resposta imunológica. No entanto, mais estudos são necessários para entender completamente essa relação e para explorar o potencial de intervenções baseadas na microbiota como tratamentos adjuvantes para a doença.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/