Intestino, gordura e músculo também produzem hormônios

Você já deve ter ouvido falar do intestino-cérebro. Mas sabia que existe também um eixo intestino-tecido adiposo e um eixo intestino-músculo. Todos estes tecidos liberam hormônios e influenciam nossa composição corporal. Falo do eixo intestino-músculo neste vídeo:

Hormônios produzidos em todos os nossos tecidos nos mantém saudáveis. Quando existem desequilíbrios endócrinos gerados por glândulas, músculos, intestino e até tecido adiposo, o risco de certos problemas de saúde aumentam, como:

  • Resistência à insulina;

  • Aterosclerose;

  • Infarto agudo do miocárdio;

  • Doenças artério-coronarianas;

  • Esteatose hepática (fígado gorduroso);

  • Obesidade;

  • Inflamação crônica;

  • Sarcopenia

O consumo de uma dieta rica em fibras e proteína, associada à um estilo de vida saudável, que inclui atividade física, gerenciamento do estresse e sono de qualidade não só vai te manter mais musculoso, mas também vai te dar mais anos de vida com qualidade.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

ATIVIDADE FÍSICA É UM ESTRESSE BENÉFICO QUE ESTIMULA REPARO CELULAR

O esforço da atividade física gera no corpo um estresse. Para adaptar-se o corpo produz hormônios e substâncias de reparo. Um dos hormônios que sobe é o hormônio do crescimento (participa do anabolismo e reparo celular). O hormônio do crescimento também é liberado durante o sono profundo, mas a atividade física de alta intensidade otimiza a produção deste hormônio. Para aumentar ainda mais o reparo indica-se a atividade física de alta intensidade em jejum. Por isso esta estratégia é indicada para pessoas com doenças autoimunes, diabéticas ou como estratégia antienvelhecimento.

Durante o jejum o organismo mobiliza gordura corporal e produz ainda mais hormônio do crescimento para o reparo. Uma nova linha de pesquisa é a hormese, termo utilizado para descrever os mecanismos de resposta adaptativa das células e dos organismos a um estresse moderado. Café, chás podem ser usados de manhã, pois não quebram o jejum e favorecem a queima de gordura e o emagrecimento. A curcumina do açafrão, os isotiocianatos (brócolis), resveratrol (uvas roxas, amendoim) também estimulam o reparo e devem ser usadas durante o dia, complementando os efeitos do exercício em jejum.

Agora, quando o objetivo é anabolismo (ganho de massa magra), deve-se consumir algo antes da atividade física (omelete, whey protein, banana com pasta de amendoim etc). No caso do anabolismo o treino de força é muito benéfico, pois equilibra a relação estrogênio/progesterona na mulher e estrogênio/testosterona no homem.

Quem tem muita gordura abdominal estocada produz mais aromatase, enzima que transforma a testosterona em estradiol. Com isso a performance, a libido e saúde cardíaca sofrem. O homem fica mais cansado, com menos vitalidade. Para quebrar esse ciclo, a massa muscular precisa aumentar e gordura abdominal precisa diminuir. Muito mais importante do que saber seu peso, é saber a circunferência da sua cintura. O aumento da gordura abdominal atrapalha o funcionamento de todos tecidos pois infiltra no fígado, no pâncreas etc.

A atividade física também aumenta a quantidade de mitocôndrias nas células. O tecido gorduroso tem cerca de 40 mitocôndrias por célula. O músculo pode chegar a ter 10.000 mitocôndrias por células. É na mitocôndria que produzimos energia. Assim, quem treina tem mais vitalidade. Se mesmo com o treino você ainda sente-se exausto e tem mais de 40 anos indico a suplementação de coenzima Q10. Se usar estatinas (medicamentos para redução de colesterol) isso é mais importante ainda.

Não esqueça de desligar o celular e dormir bem. Durante o sono um outro hormônio é liberado: a melatonina, que tem efeito também antiinflamatório e reparador e isso é importante em todas as fases da vida.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Atividade física e sobrevivência de neurônios

Este ano a Science publicou mais um estudo mostrando que a prática de atividade física regular aumenta a expressão genética para proteínas responsáveis pela sobrevivência de neurônios e pela plasticidade das sinapses. Com isso, a capacidade de aprendizado e memória melhoram (Horowitz et al., 2020).

O estudo foi feito em camundongos e estes são alguns dos genes envolvidos neste processo (Horowitz et al., 2020).

O estudo foi feito em camundongos e estes são alguns dos genes envolvidos neste processo (Horowitz et al., 2020).

Após o exercício várias enzimas são liberadas pelo fígado e migram para o cérebro melhorando a cognição. Dentre as enzimas avaliadas no plasma destacam-se: GPI e Gpld1. A capacidade de reverter ou retardar os efeitos do envelhecimento no cérebro por meio de intervenções sistêmicas, como exercícios, pode ajudar a mitigar a vulnerabilidade a doenças neurodegenerativas relacionadas à idade.

No estudo, estas enzimas foram transferidas entre camundongos. Assim, os que exercitavam-se menos (como os idosos) tiveram exercícios similares. Os identificam um eixo fígado-cérebro pelo qual os fatores circulantes do sangue conferem os efeitos benéficos do exercício na velhice. A neurogênese adulta em humanos é relatada no hipocampo humano até a nona década de vida, com o declínio relacionado à idade exacerbado nos pacientes com doença de Alzheimer.

No contexto das doenças neurodegenerativas relacionadas à demência, o exercício está correlacionado com risco reduzido de declínio cognitivo em idosos, melhora a cognição em populações de risco para doença de Alzheimer, estando associado a melhores resultados neurocomportamentais. O exercício também atenua os prejuízos na aprendizagem e na memória, aumentando a abundância de BDNF no hipocampo.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/