SIBO (Supercrescimento Bacteriano no Intestino Delgado) é uma condição em que há um aumento anormal da quantidade de bactérias no intestino delgado, levando a sintomas gastrointestinais desconfortáveis.
Quando suspeitar de SIBO?
Distensão abdominal constante, especialmente após refeições.
Gases excessivos, diarreia ou constipação frequente.
Intolerância a carboidratos fermentáveis (FODMAPs).
Sensação de fermentação e estufamento.
Fadiga, problemas de concentração (brain fog) e deficiência de B12.
Possíveis causas do SIBO
Disfunção do trânsito intestinal: Motilidade reduzida pode permitir o crescimento excessivo de bactérias.
Uso frequente de antibióticos: Pode alterar a microbiota intestinal.
Baixa produção de ácido gástrico: Favorece a proliferação de bactérias no intestino delgado.
Síndrome do intestino irritável (SII): Frequentemente associada ao SIBO.
Doenças autoimunes: Como esclerodermia e diabetes podem afetar a motilidade intestinal.
Cirurgias gastrointestinais prévias: Como ressecção do intestino ou bypass gástrico.
Dieta rica em açúcares e carboidratos fermentáveis: Favorece o crescimento excessivo de bactérias.
Diagnóstico da SIBO
O diagnóstico de SIBO é feito principalmente por meio de testes respiratórios que detectam a fermentação anormal causada pelo crescimento excessivo de bactérias no intestino delgado. Os principais métodos para diagnóstico são:
1. Teste Respiratório de Hidrogênio e Metano (Teste do H2 e CH4 Expirado) – Padrão Ouro
O paciente ingere uma solução de lactulose ou glicose. Em seguida, sopra em tubos ou dispositivos específicos a cada 15-20 minutos por até 3 horas. Se houver supercrescimento bacteriano, as bactérias fermentam esses açúcares e produzem hidrogênio (H2), metano (CH4) ou ambos, que são detectados no ar expirado.
Resultados indicativos de SIBO:
Aumento de H2: Indica SIBO predominante em hidrogênio (geralmente associado a diarreia).
Aumento de CH4: Indica SIBO metanogênico (mais associado a constipação).
Aumento de ambos: Indica um caso misto.
2. Cultura do Aspirado do Intestino Delgado (menos comum)
Consiste na coleta de líquido diretamente do intestino delgado por endoscopia com aspiração jejunal. Se houver >10⁵ unidades formadoras de colônia/ml de bactérias, confirma-se o diagnóstico. Apesar de ser considerado um método preciso, é invasivo e pouco realizado na prática clínica.
3. Exames Indiretos (auxiliares)
Embora não confirmem SIBO sozinhos, alguns exames podem indicar a presença da condição:
Deficiências de vitaminas e minerais (B12, ferro, magnésio).
Teste de ácidos biliares fecais (indica má absorção).
Exame de fezes para disbiose (pode sugerir desequilíbrio intestinal).
Análise de enzimas hepáticas.
Tratamento da SIBO
O tratamento do SIBO (Supercrescimento Bacteriano no Intestino Delgado) envolve a redução do excesso de bactérias, a melhora da motilidade intestinal e a recuperação da saúde digestiva. Ele geralmente ocorre em três fases: eliminação, reparação e manutenção.
1. Fase de Eliminação (Redução das Bactérias)
Nesta fase, utiliza-se antibióticos específicos ou tratamentos naturais para reduzir o crescimento excessivo de bactérias.
Opção 1: Antibióticos (usados por 10 a 14 dias)
Rifaximina → eficaz para SIBO de hidrogênio (diarreia).
Rifaximina + Neomicina → indicado para SIBO metanogênico (constipação).
Opção 2: Fitoterápicos (Alternativa Natural) (usados por 4 a 6 semanas)
Óleo de orégano (antibacteriano natural).
Berberina (excelente para regular bactérias intestinais).
Alho envelhecido (Allimed – efeito antimicrobiano).
2. Fase de Reparação (Recuperação do Intestino)
Após a eliminação das bactérias, é necessário restaurar a saúde do intestino e melhorar a digestão.
Dieta para SIBO
A alimentação é essencial para evitar a fermentação bacteriana e aliviar sintomas. As dietas mais recomendadas incluem:
Dieta Baixa em FODMAPs → reduz carboidratos fermentáveis.
Dieta Elementar → shakes nutritivos fáceis de digerir, indicados para casos graves.
Dieta específica para carboidratos (SCD) → restringe açúcares complexos.
Suplementos para Reparação
Enzimas digestivas → ajudam a quebrar os alimentos e reduzem fermentação.
Ácido butírico → auxilia na regeneração da mucosa intestinal.
Glutamina → melhora a barreira intestinal e reduz inflamação.
Bile ou ácido clorídrico (HCl) → para quem tem baixa produção de ácido gástrico.
3. Fase de Manutenção (Prevenção de Recorrência)
SIBO pode voltar caso os fatores predisponentes não sejam resolvidos. Para evitar a recorrência, recomenda-se:
1. Melhorar a Motilidade Intestinal
Uso de pró-cinéticos naturais (gengibre, triptofano).
Jejum de 4 a 5 horas entre refeições (para ativar o Complexo Migratório Motor – CMM).
2. Reintrodução Alimentar Gradual
Voltar com alguns alimentos proibidos aos poucos para evitar recaídas.
3. Uso Estratégico de Probióticos
Os probióticos para SIBO devem ser selecionados com cautela, pois algumas cepas podem piorar os sintomas. Os mais indicados incluem:
Saccharomyces boulardii: Um fungo benéfico que ajuda a reduzir inflamação e diarreia.
Lactobacillus plantarum e Bifidobacterium infantis: Podem auxiliar na regulação da microbiota intestinal.
Megasporebiotic: Uma fórmula de esporos probióticos que ajuda a modular a microbiota.
A opção pelo uso ou não do probiótico depende da sintomatologia do paciente, tolerância e hábito intestinal.
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