A prevalência de diabetes no Brasil varia de acordo com os estudos, com estimativas variando de 4,4% a 7,5% da população adulta. Um estudo de 2017 relatou uma prevalência de 4,4%, com diabetes tipo 1 respondendo por 4,0% dos diagnosticados [1, 2]. A gestão do diabetes no Brasil enfrenta desafios significativos. Uma grande proporção de pacientes não atinge as metas de controle glicêmico; por exemplo, quase 90% dos pacientes com diabetes tipo 1 não conseguem atingir as metas traçadas pelos profissionais de saúde [3].
A prevalência de diabetes tipo 2 teve aumento de 30% para homens e 26% para mulheres de 1990 a 2017 [1]. Entre os pacientes com diabetes tipo 2, 42,1% não atingem as metas glicêmicas propostas, e menos de 30% atingem as metas para pressão arterial e níveis de colesterol [3].
No geral, embora o Brasil tenha feito progressos no tratamento do diabetes, a prevalência continua alta, e as estratégias de gerenciamento exigem melhorias significativas para atender às necessidades da população de forma eficaz. O Ministério da Saúde do Brasil iniciou programas para melhorar o gerenciamento e a vigilância do diabetes, mas há uma necessidade urgente de estratégias mais eficazes para aprimorar o cuidado e a prevenção [4].
A prevalência de diabetes mellitus gestacional é notavelmente alta, chegando a 20% [3]. As opções de tratamento recomendadas para diabetes gestacional (DMG) incluem uma combinação de modificações no estilo de vida e intervenções farmacológicas.
Modificações no estilo de vida
- Controle dietético: a terapia nutricional é crucial para controlar a glicemia materna e reduzir complicações [5].
- Atividade física: é recomendado praticar atividade física para melhorar o controle da glicose [6].
- Automonitoramento: o monitoramento regular dos níveis de glicose no sangue é essencial para controlar a DMG de forma eficaz [7]. O uso de monitores contínuos de glicose ajudam a individualizar o cardápio e atingir o controle glicêmico mais rápido.
Tratamentos farmacológicos
- Terapia com insulina: a insulina é considerada o tratamento de primeira linha para a DMG, pois não atravessa a placenta e tem um perfil de segurança bem estabelecido [7].
- Medicamentos orais: a metformina e a gliburida foram estudadas, com a metformina mostrando resultados semelhantes à insulina e sendo considerada segura. No entanto, a gliburida não é mais recomendada como terapia de primeira linha [7]. As diretrizes atuais sugerem cautela com o uso de agentes antidiabéticos orais durante a gravidez até que mais dados de longo prazo estejam disponíveis [6].
Monitoramento e acompanhamento
Além do acompanhamento durante a gestação, mulheres com histórico de DMG devem passar por triagem de glicose pós-parto para gerenciar o risco aumentado de diabetes tipo 2 no futuro [5].
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Referências
1) BB Duncan et al. The burden of diabetes and hyperglycemia in Brazil: a global burden of disease study 2017. Population health metrics (2020). https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32993680/
2) LS Flor et al. The prevalence of diabetes mellitus and its associated factors in the Brazilian adult population: evidence from a population-based survey. Revista brasileira de epidemiologia = Brazilian journal of epidemiology (2017). https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/28513791/
3) WF Coutinho et al. Diabetes Care in Brazil. Annals of global health (2016). https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/27108141/
4) AD Bertoldi et al. Epidemiology, management, complications and costs associated with type 2 diabetes in Brazil: a comprehensive literature review. Globalization and health (2013). https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/24299125/
5) K Imam et al. Gestational diabetes mellitus. Advances in experimental medicine and biology (2013). https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/23393668/
6) S Jacqueminet et al. Therapeutic management of gestational diabetes. Diabetes & metabolism (2010). https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/21163428/
7) KC Bishop et al. Pharmacologic Treatment of Diabetes in Pregnancy. Obstetrical & gynecological survey (2019). https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31098642/