Testes para avaliação de insuficiência pancreática

A insuficiência pancreática exócrina (IPE) ocorre quando o pâncreas não produz ou secreta enzimas digestivas suficientes para a digestão adequada dos alimentos, levando a má absorção de nutrientes, especialmente gorduras e vitaminas lipossolúveis.

A insuficiência pancreática é comum na fibrose cística, pancreatite, diabetes, doença celíaca avançada, síndrome do intestino curto. A suspeita é a clínica: perda de gordura nas fezes, fezes com cheiro fétido, diarreia, perda de peso, dor abdominal, flatulência excessiva e inchaço. O exame mais comum é o teste de elastase fecal, mas existem outros.

  • Elastase fecal: A elastase fecal é um dos exames mais utilizados, pois é simples, não invasivo e confiável para detectar insuficiência pancreática moderada a grave.

  • Vande Kamer: Mede a quantidade de gordura eliminada nas fezes ao longo de 72 horas. O paciente segue uma dieta com 100 g de gordura por dia antes e durante a coleta. Se a excreção de gordura fecal ultrapassar 7 g por dia, sugere má absorção, sendo um sinal de insuficiência pancreática, doença celíaca, síndrome do intestino curto, entre outras condições. Embora seja um teste confiável, não é frequentemente utilizado pois é muito trabalhoso.

  • Teste do coeficiente de absorção de gordura – Mede a absorção de gordura nas fezes.

  • Teste de quimotripsina fecal – Avalia a presença da enzima digestiva quimotripsina nas fezes.

  • Teste do bicarbonato e secretina (teste da função pancreática direta) – Mede a resposta pancreática à secretina através de coleta de suco duodenal.

  • Teste do BT-PABA (bentiromida) – Mede a atividade da quimotripsina urinária após ingestão de um substrato.

  • Teste da pancreolaurina – Avalia a hidrólise de um éster específico pelo pâncreas, com dosagem na urina.

  • Teste de triglicerídeos marcados com ¹³C – Avalia a digestão de triglicerídeos pelo pâncreas através da expiração de CO₂ marcado.

Tratamento

O tratamento é baseado na reposição enzimática e na melhora da nutrição:

1. Terapia de Reposição Enzimática Pancreática (TREP)

✅ Uso de enzimas digestivas (como pancrelipase) em cápsulas durante as refeições.

✅ Melhora a digestão e absorção de nutrientes.

2. Dieta e Suplementação

✅ Alimentação rica em proteínas e calorias.
✅ Redução de alimentos muito gordurosos se não houver boa resposta à reposição enzimática.
✅ Suplementação de vitaminas lipossolúveis (A, D, E, K).
✅ Uso de triglicerídeos de cadeia média (TCM), que são absorvidos diretamente pelo fígado, sem necessidade de enzimas digestivas.

3. Tratamento da Causa Subjacente

✅ Controle da pancreatite crônica, fibrose cística ou outras condições associadas.

A insuficiência pancreática pode impactar significativamente a qualidade de vida, mas com o tratamento adequado, os sintomas podem ser controlados e as complicações evitadas. Precisa de ajuda? Marque aqui sua consulta de nutrição online.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/